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segunda-feira, 12 de outubro de 2015

As Katraias do Bonifácio - Carnaval de Pernambuco 2015


Mais uma ano, mais um encontro, mais uma folia, mais uma festa para deixar saudades e a certeza de que um novo ano chegará trazendo o frevo mais uma vez, pois frevo é sinônimo de multidão e alegria.

Novamente, elas, as katraias do Bonifácio, mostraram toda a sua irreverência, colorido e esplendor. E essa brincadeira já dura há 25 anos. Esse bloco carnavalesco é o que há de mais mambembe no Alto José Bonifácio.

Como sempre, ele sai da quadra de esportes da comunidade e se dirige até o terminal de ônibus da mesma e faz o mesmo percurso para voltar. Mais de 800 mil pessoas fizeram parte dessa folia. Brincadeira... E bote brincadeira nisso! Essa é uma forma de manter a saude pública um pouco melhor. De uma coisa todos nós concordamos: tudo que é grande um dia foi pequeno. Como também quantidade nem sempre é qualidade.

Foram embora os confetes, as serpentinas e o molha-molha. Muitas coisas se transformam, outras passam. Os trios passam sobre o asfalto assim como lesmas andam em parede. As bandas de frevo passam sim, e transformam as ruas em bailes de máscaras e fantasias. O sol por sua vez, castiga também o asfalto e aquece ainda mais o frevo fervente e frenético. E os foliões que nem ligam pro calor, exorcizam o stress de um ano inteiro. É o suor do povo pingando nas ladeiras, É folia, é Brasil.

Direto da Granja Comary no Alto José Bonifácio, o futebol carnavalesco começa enquanto a banda de frevo não chega. Dizem que o nome da danada é: “Empurre tudo que eu aguento”. É pra si lascar! Pense na bronca!

Esse futebol arte e society que teve direito a banco de reserva e tudo, reuniu, como sempre, diversas personalidades, porém uma em especial merece destaque:  O Batman que veio frevar. E como freva, viu! 



Trazendo o tema “Recife sem preconceito e discriminação”, o bloco deu mais ênfase ao que devemos chamar de: “Manifestação da diversidade,” literalmente falando.

Tudo bem organizado, tudo na paz. E a criançada tomou conta do espaço folia da comunidade sem parar de pular um segundo. Participação especial da inocência em pleno carnaval.








O evento teve a participação do produtor Sílvio Barros, do blog O espelho da comunidade e de Dona Luziete Romão, uma das cabeças da organização da festa.

Se você é daqueles que talvez não gosta de estar no meio do povo em um momento como esse, pelo menos aprecie da porta, do terraço ou da varanda de tua casa, o movimento. Pois depois que o bloco se for, você dirá para si mesmo: Vale muito a pena ver de novo.


O povo apesar viver num país cheio de contrastes e turbulências, sempre encontra um jeito de transcender e sorrir. E, apesar dos pesares, devemos respeitar mais a cada dia o nosso país e chamá-lo de: Senhor Brasil!!!


Expediente:
Texto - André Santana
Fotografia e Arte - Jesuel Santana

Polo Casa Amarela 3º Dia - Carnaval de Pernambuco 2015

Dando continuidade à programação ao polo de Casa Amarela, a terça-feira (17), não foi diferente da segunda-feira (16), apesar da chuva ter atrapalhado um pouco a apresentação de alguns grupos de maracatus, a chuva parece que deixou os artistas mais contagiante.
No pátio da feira de Casa amarela, o público lá presente conferiu apresentações de: maracatus e bloco carnavalesco, a noite no palco teve show de Afoxé Alafin Oyó, banda Pau e Corda e Lia de Itamaracá. 

Família Pereira do Morro da Conceição, esperando atrações no pátio da feira de Casa Amarela.

Maracatu de Baque Solto Piaba de Ouro, da Cidade Tabajara, em Olinda, criado há 38 anos por mestre Salu, não mas vivo. Hoje a brincadeira é dirigido por seu filho Manuelzinho.

Artistas do Maracatu Águia Formosa de Tracunhaém, dentro do ônibus esperando a chuva passa. O grupo foi fundado em 10/02/2002, por Edmilson Honoro, (de camisa listrada lado Dir. da foto). 

"Após chuva", Maracatu Águia Formosa, se apresentam sem chapéu. O adereço que faz parte da fantasia dos caboclos de lança, não foi usado porque ainda chuviscava e poderia estraga o revestimento interno que é feito de papelão.

O bairro do Ibura de baixo, em Recife, também marcou presença com o Maracatu Gavião Misterioso, criado por José Marcos e Ana Paula, em 01 maio de 2007.

E a alegria continuou com o Clube Carnavalesco Marim dos Caetés, de Ouro Preto, Olinda. O clube foi criado em 11 de julho de 1982, por ele, passaram vários diretores. Hoje é dirigido por Bartolomeu Santiago.

A Ancestralidade ficou por conta do Afoxé Alafin Oyó, de Olinda, que se apresentou cantando musicas para os Orixás como: Xangô, Iemanjá entre outros. Fundada em 02 de março de 1986, o grupo tem por objetivo principal repassar e preservar a cultura tradicional pernambucana, em especial, a Cultura Negra.

A banda Pau e Corda foi formada no Recife em 1972 sob a liderança do compositor e estudioso da cultura popular, Roberto Andrade. Na bagagem os músicos trouxeram vários sucessos da banda. No repertório foi executada a canção "Voltei Recife", de Luiz bandeira.

Ao 71 anos de idade, a "Rainha da Ciranda", Lia de Itamaracá, dançarina, compositora e cantora, se apresentou cantando belíssimas canções que encantou as pessoas com seu compasso lento. Fãs da cantora, logo formou uma grande roda para dançar ciranda, e Lia cantou: " Esta ciranda quem me deu foi Lia / Que mora na ilha de Itamaracá"... 

Público cirandando ao ritmo da ciranda de Lia de Itamaracá

Epediente:
Texto e fotografia - Jesuel Santana

Polo Casa Amarela 2º Dia - Carnaval de Pernambuco 2015

Nesta segunda (16), o polo de Casa Amarela, na Zona Norte do Recife, recebeu diversas atrações artísticas no pátio da feira de mesmo nome. Apresentações de maracatu, caboclinho, grupo de dança, samba, frevo e coco marcaram presença. Também apareceu por lá, o prefeito da cidade do Recife, Geraldo Júlio, que ariscou um samba no pé ao som de Gerlane Lops. Confira!
Maracatu Cambinda de Água Fria, fundado em 1964, por seu Nadésio (falecido). Hoje liderado por Arlindo (filho).

O grupo de dança Guerreiros da Arte do bairro da Mangueira, fundado em 1989, percorreu as ruas de Casa Amarela, levando o frevo no pé e a sombrinha na mão com muita alegria.

Fundado em 05 de março de 1897, a Tribo Sarijos do Recife, vindo da Mangabeira, contagiou o publico em Casa Amarela, com sua música, dança, flechas e tambores.

A noite começou com o samba da cantora, compositora e percussionista olindense Gerlane Lops, onde estava presente o prefeito da cidade do Recife, Geraldo Júlio e a primeira dama Cristina Mello.

O prefeito da cidade do Recife, Geraldo Júlio e a primeira dama Cristina Mello (lado direito), mandaram vê o samba no pé no pátio de Casa Amarela ao som de Gerlane Lops.

Seguindo carreira solo há mais de 9 anos, e passados pelas bandas "Pinguim" e "banda Humm", Almir Rouche, animou a galera com músicas próprias e também cantou músicas da turma do Balão Mágico.

Galera curtindo Almir Rouche.

Aos 85 anos de idade, a nossa majestade Dona Selma do Coco, cantora e compositora, subiu a palco do polo de Casa Amarela, trazendo com muita elegância  o coco de roda. No repertória estavam músicas como: A Rolinha, Odete, Santo Antônio, Dá-lhe Manuel etc. 

Expediente:
Texto e fotografia - Jesuel Santana

Fotografando de Bike / Photographing Bike


Sábado 23 de janeiro, o blogueiro e fotógrafo Jesuel Santana, pegou sua bike e fez uma passeio fotográfico à tarde pelas ruas do Recife. E, nessa trilha de construções de concretos e as faltos, foi fotografando do Bairro da Boa vista até o Recife Antigo, onde encontrou diversas manifestações culturais. Ruas, grafitagens, pontes, pessoas e um flagrante de três marmanjos em cima de uma carroça sendo puxada por um cavalo em plena ponte 6 de março, conhecida por Ponte Velha, foram cenas dessa expedição.  

Como faltam 18 dias para o carnaval que nesse ano começa em 17 de Fevereiro, grupos de percussão,  blocos líricos e afoxés já estão nas ruas do Recife, ensaiando para a grande festa. 

Vamos curtir esse passeio com ele? Não tem bike? Não importa, passei com seu olhar e  sinta-se livre nessa expedição.

Fusca 1.300 estacionado em prédio antigo no pátio de Santa Cruz, Boa Vista.

Ancião caminhando pela rua Velha, Boa Vista, sendo observado pelas figuras na parede.

Francisca sentada a porta na rua Velha, esperando sua colega que lhe disse que ia à praia e voltava logo.
Ponte 6 de março, conhecida como ponte velha, de fundo Rio Capibaribe. A ponte liga o bairro de São José e da Boa Vista.
Rapazes curtindo a vida a carroça puxado por um cavalo sobre a ponte 6 de março.

Parada para o auto-retrato.

Monumento ao inesquecível sanfoneiro e cantor pernambucano, Luiz Gonzaga, localizado na praça Mauá, enfrente a estação central do Recife. 

As torres gêmeas do Recife.

Jovens fazendo selfies com a bandeira de Pernambuco sobre a ponte 12 de março.

Meninas do bloco Urso Cangaçá de Água Fria, esperando a hora para se apresentarem na rua da Moeda, Recife Antigo.

Músicos e passista no ritmo do frevo na rua Madre de Deus no Recife Antigo.

Ensaio do grupo de percussão Quebra Baque na rua Tomazina, Recife Antigo.

Ensaio do afoxé Oxum Pandá na rua Mariz e Barros, Recife Antigo.

Achou legal essa passeio fotográfico? Então assista os videos desse dia neste blog em HD.

Expediente:
Texto, fotografias e arte - Jesuel Santana

Pipas Para os Ares


Vento forte, sol e pipa. Uma harmonia perfeita para uma boa e grandiosa diversão. A amplitude de boas amizades é do tamanho do céu e revelam que a vida pode e deve ser leve quando se tem união. Mesmo que a dinâmica do cotidiano exija que é necessário subir montanhas sem cordas para sobreviver.

As crianças brincaram e brincaram e brincaram... E também cresceram... E também tornaram-se pais de outras crianças... Que também brincam com o mesmo brinquedo... Apesar dos games e notebooks. O Alto é do Brasil. O tropicalismo é de todos nós! É lá naquele Alto que os papagaios nascem e voam para direções diferentes.

Em um apertado barraco de tijolos nus e telhas Brasilit a arte lúdica se manifesta a todo vapor e traz consigo o sustento de pais de família. É nesse ambiente que as cores do papel seda e as paletas de bambu marcam presença e ganham forma auxiliados pela cola madeira e a linha de costura. Eles são do passado, do presente e do futuro. São papagaios que não cantam mas encantam, mas divertem... E marcam a vida de crianças, jovens e de alguns adultos que insistem ainda em brincar. Então, venha pra laje! Venha pra rua, pra escadaria, pro quintal, pra ladeira! Mas não passe cerol na linha, não,  e nem perca o futuro. A escola espera por nós, pois é para a vida que estudamos. 

O desejo de voar do Homem vem de tempos bem remotos e, por que não dizer, do seu âmago. Porém, ele não é ser alado, é... Terrestre e metafísico. Ícaro, super-homem, homem-aranha, Santos Dumont, Marcos Pontes... Nossos mitos, nossos sonhos e fantasias, nossos desejos e nossa realidade. “Tá aqui”! Nosso retrato ao longo do tempo... Nosso espelho... Real, irreal, surreal... E, para ter a sensação de como seria voar como um falcão, ele, o Homem, fez e faz do céu um playground. Sendo assim, além de helicópteros e aviões, pipas pros ares... pipas num oceano de vento. E os devaneios jorram... Como jorram!

Discai! Discai, discai. Não, não, debica! puxa, puxa! Puuuuxa! Puxa, Mané! Puxa, meu irmão! Puxa, porra, oxe! Quer tirar onda, é? Quer tirar onda é, meu irmão, aqui? Olha o buruçu aí, ó!... Impossível brincar sem gritos... Impossível resistir ao impulso de pular o muro de uma casa sem pedir licença... Só se tiver cachorro bravo! A magia da brincadeira causa efeito hipnótico na maioria dos brincantes.


De todas as cores, de todas formas, para todas as direções, para todas as crianças. De tempos em tempos elas surgem no espaço se balançando como peixe dentro d`água. E, como se rasgassem o mapa de nuvem, mostram os seus malabarismos iluminadas geralmente pela luz do sol. Mas, para que tudo isso aconteça, alguém ou alguéns, lá em baixo, em chão firme, dá (ão) os comandos através da linha. A brincadeira fica mais animada quando há duelo entre elas.

Uma história maravilhosa envolvendo pipas foi confeccionada há 25 anos no seio de uma periferia e iniciou-se assim:

Edvaldo da Silva Alexandre, 49, morador do Alto do Brasil, certo dia olhou para o céu e uma ideia de gênio tomou conta do seu pensamento quando viu no espaço um papagaio de rabada. Um amigo dele percebendo o seu encanto chamou-o para confeccionar pipas e comercializá-las. Naquele dia, indo à feira, não sabia que eram elas, as pipas, que trariam o seu sustento por muitos e muitos anos. Edvaldo, conhecido por Preto, é o dono das cores do papel de seda e de um esforço pessoal incomparável e imensurável.


Produzindo pipas em grande quantidade auxiliado pelos amigos Irmãozinho, Victor, Pabllo, Tando, Juquinha, João Victor e Ivan todos do Alto do Brasil também, distribui todas elas em pontos do Recife, como o Mercado de Água Fria, Mercado de Casa Amarela, Alto Santa Terezinha, Alto José Bonifácio, na PE 15 e em Olinda.

Esse Homem de mãos e pensamento ágeis de tempos em tempos leva pro espaço movimentos e cores. Mantém viva uma tradição e várias emoções.

Enquanto houver pessoas desejosas em brincar com algo que exija contato com o tempo e com a rua, enquanto quiserem brincar com algo que não seja violento em plena pós-modernidade, tanto quem brinca quanto quem produz, muitos lucros terão. E, com certeza, outras histórias serão empinas pela internet.


Expediente:
Texto - André Santana
Fotografia e Arte - Jesuel Santana

8ª Caminhada dos Terreiros de Pernambuco / 8th Walk of yards of Pernambuco

O Centro do Recife recebeu na tarde de ontem (4) a Oitava Caminha dos Terreiros de Pernambuco. O evento, organizado pela Articulação Caminhada dos Terreiros de Pernambuco (ACTP) tem o objetivo de lutar contra a discriminação religiosa e o racismo que ainda perseguem as casas de candomblé, umbanda e jurema.

O evento teve concentração no Marco Zero e saiu em direção ao Pátio de São Pedro, no Bairro de Santo Antônio. Os cortejos formados por membros de religiões de matriz africana vem desde 2007, caminhando pelo fim do preconceito. 



A Oitava Caminhada dos Terreiros caminhou por varias ruas do Recife, levando mensagem contra a intolerância religiosa, na ocasião prestou homenagem ao Ex. Governador Eduardo Campos, que morreu no dia 13 de agosto deste ano.




Considerada como a maior mobilização da tradição africana, a 8° Caminhada dos Terreiros de Pernambuco objetiva reforçar a mobilização contra a intolerância religiosa, como disse uma das coordenadora do evento, Mãe Elza de Iemanjá. “Somos o maior manifesto cultural de terreiros de Pernambuco nas ruas de todo o Brasil. A nossa caminhada é litúrgica, é política. Estaremos nas ruas à clamar contra a intolerância religiosa’’, desabafa a sacerdotisa.   



Por fim, desejo que a paz de Orixalá, toque o coração dos homens para uma só razão, o respeito às diferenças ao amor a Deus.

Expediente:
Texto. fotografia e arte - Jesuel Santana