Beleza, romantismo, clássico,
poesia, arte e gente. Assim eram vistos os bondes da Cidade do Recife, no
século passado. Foi pesquisando sobre o passado desta cidade, que me deparei na
net com a foto de um bonde que transitava outrora pelas ruas dela. Foi procurando
minuciosamente que encontrei uma fonte que falava desses tipos de trens. Então,
encantado com a poesia e a harmonia desse lugar, não estressante e não
conturbado como mostra as fotografias da época, que me senti na obrigação de
trazer de volta a reminiscência de um tempo que não volta mais e, que, por ser
tão pacato e gentil tenho a sensação que nele nasci. Um tempo de asfalto de
pedras e trilhos...
Naquela época transporte público era outra
coisa, moleque. Pensando nisso, venho através do “Espelho da Comunidade” de
olho no reflexo desse tempo, e que tempo, compartilhar essa história
tecida com linhas somente com você.
Sendo assim, sinta-se à vontade
para viajar no tempo de um Recife em preto e branco, esperando eu que você se
encante.
fundada no século XVI, por Mauricio de Nassau.
Pouco sabem que por aqui circularam os primeiros bondes de tração
animal. Em 1841, o inglês Tomas Sayle, vendo a necessidade da população de ter
um transporte coletivo para ajudar no cotidiano da cidade, implantou para ela
um sistema de transporte veicular de quatro rodas puxadas a cavalos. O serviço
era público e naquele momento só atendia o Recife. De início, esses bondes
faziam uma rota saindo da Matriz de Santo Antônio, no centro da cidade, e
paravam no Manguinhos e Casa Forte.
Em 1852, Claudio Dubeux, passa a administrar
o serviço de ampliação para Olinda e Jaboatão. O transporte atendia duas
diligências, uma pela manhã e a outra à tarde. A noite os bondes só circulavam
quando havia espetáculos teatrais. Nos fins de semana, viagens extras eram
feitas até Apipucos onde parte da população se deslocava para veraneio e banhos
no Capibaribe.
eram veículos movidos a bomba mecânica, deixavam de circular os veículos de
tração animal. No mesmo ano a primeira linha de bondes a vapor foi criada e,
saía do porto ao bairro de Apipucos, sendo estendida até Dois Irmãos. Em 1870
chega a Caxangá. Um ramal para a estrada do Arraial (Casa Amarela) começou a
funcionar em 1871.
Segundo o especialista
estadunidense norte-americano, Allen Morrison, destaca que Recife foi a segunda
cidade brasileira depois do Rio de Janeiro a operar bondes a vapor construídas
especialmente para rodar nas ruas. As duas primeiras dessas locomotivas foram
construídas em 1866 pela Manning Wardle & Co. (De Leeds, Inglaterra) para a
empresa inglesa Brazilian Street Railway que no Brasil foi conhecida como
estrada de ferro da Caxangá.
As cidades de Pernambuco com
serviços de bonde foram: Recife, Afogados da Ingazeira, Arcoverde, Carpina,
caruaru, Garanhuns, Goiana, Limoeiro, Palmares, Pesqueira, Timbaúba e Triunfo.
A parti de 1930, começaram a
circula em Recife, veículos fechados que o público apelidou de Zépelins. Mas,
a partir do final da Segunda Guerra Mundial, o sistema de bondes declinou
rapidamente. A linha da área insular do Recife até Santo Antônio foi eliminada
em 1951, e o último bonde na cidade rodou da Boa Vista à Madalena até março de 1954.
Em 1960, a Pernambuco Tramways,
foi acusada por políticos locais por quebra de contrato e foi forçada a reiniciar
o serviço com um veículo aberto simples rodando um dia apenas, da Boa Vista à Madalena.
O bonde 104 foi o último preservado em um parque a margem do rio, na Rua da
Aurora e transferido para o Museu Homem do Nordeste em 1985. Ainda em 1960 a nova companhia de transporte urbano inaugurou o sistema de
trólebus que chegou a operar em noves rotas no ano 1980. Novas rotas de trólebus
foram abertas em 1982. O serviço ferroviária suburbano com locomotivas a diesel rodou da Estação Central até Jaboatão (20km) e da Estação Cinco Pontas até o Cabo
(30km) começou a ser eletrificado, operando como metrô interurbano a parti de
1985.
Vídeo da época dos bondes no Recife.
Trem da E.F. de Caxangá, sobre o Rio Capibaribe e Ticket de 1900
Bonde a Cavalo, com mão Inglesa, na Rua 1º de março.
Bondes fazendo as linhas de Areias e Torre.
Praça Rio Branco e os vários modelos de Bondes, notem a linha ferroviária a vapor, hoje, Marco zero, no Recife (foto à Esq.), e o novo modelo do Zepellin com porta central no estacionamento da garagem, na Fernandes Vieira (foto à Esq).
Rua da Aurora, o que restou dos bondes. Hoje encontra-se um dos modelos no Museu Homem do Nordeste em Casa Forte.
Esperamos que você tenha gostado dessa postagem, pois, como tantas outras, foi feita com muito trabalho, dedicação e amor. Aproveitando um pouco mais, peço que você exercite seu intelectual comentando na postagem e compartilhando nas redes sociais com seus amigos.
Expediente.
Texto adaptado - Jesuel Santana
Fotografia - Allen Morrison
Arte - Jesuel Santana
Imagem Youtube - http://www.youtube.com/watch?v=gpfvftFVoyw&feature=related
Fonte de pesquisa - http://www.skyscrapercity.com/showthread.php?t=1112501
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