O poeta
da periferia
Recife,
capital de Pernambuco, é composta por vários altos, córregos e bairros planos.
Do miolo de um dos seus altos, o Alto José Bonifácio, do alto de uma escadaria
em um dia de luz e temperatura oscilantes, um filho do subúrbio, uma expressão
artística a mais, um Mc sendo lapidado pelo tempo de si mesmo, espera. A
Subjetividade suave também faz parte dos becos e vielas que, ás vezes, são
banhadas pelo reboco.
A cara da
periferia fragmenta-se em faces. Faces que choram, faces que sorriem. Muitas
vezes cansadas da labuta, outras vezes marcadas pelo sorriso fácil de quem vive
aparentemente apenas sonhando.
De porteiro à
adestrador de cães, de funkeiro à M.c, de filho que saiu da casa materna e quer
abraçar o mundo com sua música e poesia à dono de casa. Mike M.c é o nome dele.
Nosso
artista levantou-se do sofá de sua casa e veio à janela espelhada virtual para
tornar-se mais conhecido. É na força, na raça, na praça, embaixo ou em cima, é
na rima que ele canta. É a arte do Brasil saindo de um pedaço de chão como
larva de vulcão.
Expediente:
Texto -
André Santana
Fotografia
e arte - Jesuel Santana
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