segunda-feira, 12 de outubro de 2015

Carnaval de Pernambuco 2013 - Bloco Osso Duro de Roer

bloco osso duro de roer

Visitando os anais da Historia Brasileira, qualquer um poderá perceber o quanto foi difícil o processo de formação do bloco Osso Duro de Roer. Demorou, mas saiu!

Foram momento de extrema comoção política. Uma espécie de 2ª Guerra Mundial dos nazi-fascistas contra os filhos de Ghandhi. Instantes que atingiram profundamente as carnes e a veia aorta daqueles que sempre quiseram reza lá no Morro da Conceição, “tais” entendendo? Um tal de MMA (artes marciais mistas) que emprestou, por um lado, a sua força ao frevo. É mole? É duro? Ou intermediário? Dê seu voto! As urnas estão nos maiores frigoríficos do bairro. Vote e exerça a sua cidadania. Já!

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Falando sério, agora! Sem querer lembrar o Roberto Carlos. Naquela época, década de 90, um padre, querido de todos, abandonou a Igreja e casou. Não foi exatamente um abandono... Enfim! E o padre substituto parecia uma navalha. Veio cortando tudo. Daí a famosa oração foi proferida: esse osso, “tá” duro de roer! Ironia do destino ou não, o nome do danado era Constante. Não sei se mudou. Só sei que a população reagiu, Constante sumiu e o bloco surgiu, meu velho. Eu era menino, minha mãe! A senhora não lembra disso, não. Lembra não! Isso é osso duro. Naquela época existia TV preta e branca ainda, o rádio era de pilha e celular era coisa de dooooiido!

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Depois de tanto choro e ranger de dentes... Depois de tanta clemência... Depois de tanto pesquisar um remédio nas farmácias locais para curar o trauma, finalmente chegaram a uma conclusão. O remédio era frevo! Pronto! Frevo! Tão na nossa cara! Tão a nossa cara! A “pílula do dia seguinte”.  Fizeram o público esperar muito, Jairo. Isso é coisa que se faça? Vou processar, viu!

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Daquela época para cá, o frevo do osso tomou conta das ruas e nunca mais parou. Foi aquele “Deus nos acuda” de quero mais. Enquanto uns frevam  outros olham a freveoca e a multidão passar. Os cachorros latem, mas compreendem a situação. E isso sempre acontece na segunda-feira de carnaval. 

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Siga os conselhos: se a dentadura ou a chupeta caiu, não tem problema! Freve no osso! Se o sapato “tá” cansado de guerra ou a camisa é única e desbotada, não tem problema! Freve no osso! E digo mais: se você quer se libertar desse seu jeito desengonçado, não tem problema! Freve no osso! Isso é melhor do que picolé da Kibon!

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bloco osso duro de roer

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O espelho na visão de Rosimere, uma das responsáveis pelo bloco, transmite a verdade. Reflete o momento do ser humano tanto alegre quanto triste. E que, aproveitando o ensejo, esse mesmo ser der o melhor de si na avenida nesse carnaval e no seu dia-a-dia. Que todos brinquem e vivam na paz, falou ela.



bloco osso duro de roer
Essa brincadeira toda tem como organizadores: Mauriceia, Jairo, Mércia, Dona Mariza, Regis, e tantos outros. A maioria são moradores do Morro.

Diante disso tudo nasce uma preocupação: alguém pode querer plagiar essa obra. Faça isso não que é crime.

O Osso Duro lhe esperará sempre de braços abertos, folião.   

bloco osso duro de roer
“De repente, não mais que de repente...
Fez-se de triste, o que se fez amante”, por tanto.  
(Vinícius de Moraes)

Expediente.
Fotografias e Arte - Jesuel Santana
Texto - André Santana


Local: Recife - PE, Brasil, morro da Conceição

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