segunda-feira, 12 de outubro de 2015

Carnaval de Pernambuco 2013 - Bloco Os Papudinhos da Mamãe

bloco os papudinhos da mamãe
 
Trio na rua interditada, meninada pulando sem música, guitarra descansando e o povo aguardando a festa começar. Esses são os bastidores à céu aberto da micareta, ou melhor, da “minha careta os papudinhos da mamãe”. Estamos interligados e eletrizantes porque é quase tudo uma coisa só. Dá pra entender, meu velho? Então se liga aí! 
 
 The Warner Bros. Pictures Brasil apresenta: Os Papudinhos da Mamãe.


















Ao som da bossa nova e do Olodum a banda em cima do trio status começar a aquecer os tendões, a voz e toda sua parafernália. Dez minutos depois, ela ataca com muito frevo cantado por uma linda mulher.


A festa chega ao seu ápice gradativamente. Portanto, se você puder dançar largado, dance. Se não puder, agarre-se ao poste. Pois o pancadão faz vibrar a cachaça dentro dos papudinhos e dentro dos copos. E, esses, por sua vez, querem saber: Onde é que dói a picada do mussum? Vale ressaltar que nessa folia o camarote é improvisado. É domingo! O pé não é de cachimbo. É de cana, logicamente. E aí, se garante?

Toca-se de tudo na terra do frevo. Mas o danado mostra em mais um carnaval quem é que manda. Em Recife, a roda de ciranda também freva. Isso é versatilidade, isso é Brasil!



A música tomou conta literalmente do Córrego do Ouro. Isso significa que quem está parado deve abandonar o chinelo e dançar largadinho. Bem largadinho! Se a barriga roncar, podes crer, é fome. Um caldeirão de sopa cheinho encontra-se no sindicato dos papudinhos. Com direito a banho de balde. É bom para refrescar e diminuir o calor da pinga.

Este ano o bloco dos papudos não saiu reverenciando as ruas do bairro por motivo de força maior. No entanto, a vida segue com sorrisos, choro, vela e/ou música. O tempo é nosso mestre...




Vem cá e fica lá mesmo: Você sabe o que quer dizer papudinho? Não? Não acredito! É o cara que é gamadão numa pinga. Cachaça! Existe realmente um sindicato que os representa. Esse é o local da concentração “pra tomar umas.” Tá ligado ou já se embriagou? O difícil é saber quem é o presidente deste local. E, para marcar presença nesse salão, faz-se necessário levantar o copo, entendeu? Esse é o único espaço do nosso país onde os alcoolistas não são anônimos. Brincadeira... Para quem é dessa tribo, cachaça é mel. Mé! Chora guitarra que o povo quer dançar!

Surgido no ano 2000, esse bloco é uma análise profunda do slogan “BEBA COM MODERAÇÃO.” Você acredita? Seus organizadores são: Grécio, Claudemir, Fernando, Néia e companhia. Como é de si notar, o mundo mais uma vez não acabou e essa turma da mamãe surgiu. Veio à tona como um vulcão acordado.

Enquanto brincamos por aqui, do outro lado da cidade o Bloco Camburão, também formado por canas, toma conta da Av. Boa Viagem. Sem dúvida alguma, a produção dos papudinhos é bem melhor. Esse subúrbio é nosso! Essa festa é pela lateral, é pelo meio-fio, por quê? Ocupa o espaço gente! Invada! Exorcize-se!

Se por um lado a cantora do trio não chama a população para ocupar a rua, por outro, o povo brinca parado. A criançada como sempre é fera! Os adultos só começam a se soltar quase no final da festa. Ainda bem que a criança que adormece dentro de cada adulto veio à tempo. Parabéns.






Terceiro banho de espuma e a versão é brasileira. A vida inteira é te amar. Parece festa de São Cosme e Damião. É pirraia até dizer basta! E todos quase somem na espuma. Inclusive alguns adultos. Marcando presença também nessa folia super mesclada aparecem eles: O canguru e a cobra feita de tampa de garrafa pet. Veio com alegria,veio rastejando, veio sem veneno. E abraça toda a família. Um motoqueiro abandonou o rali e também veio. Nesse momento especial a espuma vira colchão, e o asfalto vira cama. Tá tudo muito bom? Então tá de boa!












Esperamos que os papas ou papudinhos abandonem um pouco o “pote fincado”e curtam mais a festa. E, que, independente de qualquer situação, todos nós merecemos amor e carnaval sempre.

Expediente.
Fotografias e arte - Jesuel Santana
Texto - André Santana

Local: Casa Amarela, Recife - PE, Brasil

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