Trio na rua
interditada, meninada pulando sem música, guitarra descansando e o povo
aguardando a festa começar. Esses são os bastidores à céu aberto da micareta,
ou melhor, da “minha careta os papudinhos da mamãe”. Estamos interligados e
eletrizantes porque é quase tudo uma coisa só. Dá pra entender, meu velho?
Então se liga aí!
The Warner Bros. Pictures Brasil apresenta: Os Papudinhos
da Mamãe.
Ao som da bossa nova e do Olodum a banda em cima do trio status começar a aquecer os tendões, a voz e toda sua parafernália. Dez minutos depois, ela ataca com muito frevo cantado por uma linda mulher.
A festa chega
ao seu ápice gradativamente. Portanto, se você puder dançar largado, dance. Se
não puder, agarre-se ao poste. Pois o pancadão faz vibrar a cachaça dentro dos
papudinhos e dentro dos copos. E, esses, por sua vez, querem saber: Onde é que
dói a picada do mussum? Vale ressaltar que nessa folia o camarote é
improvisado. É domingo! O pé não é de cachimbo. É de cana, logicamente. E aí,
se garante?
Toca-se de tudo na
terra do frevo. Mas o danado mostra em mais um carnaval quem é que manda. Em
Recife, a roda de ciranda também freva. Isso é versatilidade, isso é Brasil!
A música
tomou conta literalmente do Córrego do Ouro. Isso significa que quem está
parado deve abandonar o chinelo e dançar largadinho. Bem largadinho! Se a
barriga roncar, podes crer, é fome. Um caldeirão de sopa cheinho encontra-se no
sindicato dos papudinhos. Com direito a banho de balde. É bom para refrescar e
diminuir o calor da pinga.
Este ano o
bloco dos papudos não saiu reverenciando as ruas do bairro por motivo de força
maior. No entanto, a vida segue com sorrisos, choro, vela e/ou música. O tempo
é nosso mestre...
Vem cá e fica
lá mesmo: Você sabe o que quer dizer papudinho? Não? Não acredito! É o cara que
é gamadão numa pinga. Cachaça! Existe realmente um sindicato que os representa.
Esse é o local da concentração “pra tomar umas.” Tá ligado ou já se embriagou?
O difícil é saber quem é o presidente deste local. E, para marcar presença
nesse salão, faz-se necessário levantar o copo, entendeu? Esse é o único espaço
do nosso país onde os alcoolistas não são anônimos. Brincadeira... Para quem é
dessa tribo, cachaça é mel. Mé! Chora guitarra que o povo quer dançar!
Surgido no
ano 2000, esse bloco é uma análise profunda do slogan “BEBA COM MODERAÇÃO.” Você
acredita? Seus organizadores são: Grécio, Claudemir, Fernando, Néia e companhia.
Como é de si notar, o mundo mais uma vez não acabou e essa turma da mamãe surgiu.
Veio à tona como um vulcão acordado.
Enquanto
brincamos por aqui, do outro lado da cidade o Bloco Camburão, também formado
por canas, toma conta da Av. Boa Viagem. Sem dúvida alguma, a produção dos
papudinhos é bem melhor. Esse subúrbio é nosso! Essa festa é pela lateral, é
pelo meio-fio, por quê? Ocupa o espaço gente! Invada! Exorcize-se!
Terceiro
banho de espuma e a versão é brasileira. A vida inteira é te amar. Parece festa
de São Cosme e Damião. É pirraia até dizer basta! E todos quase somem na
espuma. Inclusive alguns adultos. Marcando presença também nessa folia super
mesclada aparecem eles: O canguru e a cobra feita de tampa de garrafa pet. Veio
com alegria,veio rastejando, veio sem veneno. E abraça toda a família. Um
motoqueiro abandonou o rali e também veio. Nesse momento especial a espuma vira
colchão, e o asfalto vira cama. Tá tudo muito bom? Então tá de boa!
Esperamos que os papas ou papudinhos abandonem um pouco o “pote fincado”e curtam mais a festa. E, que, independente de qualquer situação, todos nós merecemos amor e carnaval sempre.
Expediente.
Fotografias e arte - Jesuel Santana
Texto - André Santana
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