segunda-feira, 12 de outubro de 2015

Templo do Sacrifício / Temple of Sacrifice


Estar acontecendo desde o dia 22 de novembro, na Torre Malakoff, a Exposição Templo do Sacrifício do fotógrafo recifense Isaias Belo. O documentário, realizado na oficina de cerâmica do artista plástico Francisco Brennand em 2005, traz o bom e o belo dos dois artistas, o fotógrafo e o ceramista, para um mesmo lugar, ao mesmo intervalo de tempo, doando ao público magia maior do que a própria Torre. As fotografias estão penduradas nas estruturas daquele lugar até o dia 22 de janeiro de 2013. E teve como curador o Mateus Sá.

Isaias passou um ano construindo o trabalho e, para isso, utilizou-se da técnica da fotografia artesanal, o pin hole. Ele, um saudosista convicto, não se assusta com a velocidade dos clicks e nem a quantidade de pixels das câmeras super-modernas. Pois domina as duas técnicas com perfeição. Porém, em um mundo mais do que cibernético, o primitivo também se destaca e ganha status de arte imperial.

Templo do Sacrifício é uma obra de Brennand criada para homenagear o centenário de Paul Gauguin, mestre do ceramista na pintura. Ela retrata as invasões dos espanhóis na América e os horrores das guerras. Como podemos observar, é o encontro de duas linguagens que se fundem em um só pensamento.

Para o pin holista a fotografia é uma forma de vê o mundo e mostrar partículas desse mundo. É uma forma também de denuncismo.

Belo estudou fotografia no Senac em 1999. Em 2001, fez fotografia na lata no Observatório Arte Fotográfica tendo como arte educador Jesuel Santana, dono e administrador desse blog. Destacou-se nesses cursos por sua disciplina e sensibilidade.

As fotos em preto e branco mostram parte do cotidiano do espaço Brennand. Um homem pescando no rio, um outro pescador que chega no local de bicicleta, esculturas sendo arrancadas do seu chumbamento no solo por trabalhadores braçais para um outro ponto dentro do próprio espaço, assim como o grande artista Francisco Brennand passeando pelo paraíso terrestre que ele mesmo criou.

Se você é daquelas pessoas que quase não sai de casa, dê um giro de 360º no Marco zero, em Recife, e dirija-se em seguida à Torre.


Sendo assim, comprova-se que em Recife, sobra talento de mais para o mundo aproveitar. E que nem só em templo de glorias e cânticos inserem-se os artistas de um modo geral, mas também em templo de sacrifício. Viva Atenas, deusa das artes... 

     


                                                             

Expediente.
Fotografias - Jesuel Santana
Texto - Andrê Santana


Local: Recife - PE, Brasil, Recife Antigo

0 comentários: