Realizar um sonho não tem idade / Make a dream has no age

Realizar um sonho não tem idade.

Foi sonhando que seu Sinésio Roberto do Nascimento, de 77 anos, natural de Nazaré da Mata-PE, realizou a façanha de escrever um livro falando sobre o Mercado de São José. Vindo para o Recife aos 15 anos de idade, o ex-comerciante do Mercado, dedicou seus meros 55 anos ao comércio, negociando cereais.

Certo dia ele pensou: escreverei um livro contando a história do Mercado de São José. Para que isso acontecesse, contou com o apoio do seu filho Sérgio que o incentivou na elaboração do livro. Foram vários anos caminhando por trilhas a procura de vestígios que pudessem trazer às primeiras linhas da obra, fatos e depoimentos de pessoas que viveram e vivem trabalhando há décadas cercadas por armações de ferros Ingleses, telhados Franceses e de detalhes Portugueses. Sendo assim, nasceu em 2006, o 1º livro do autor, Mercado de São José: História e Cultura Popular. Nele, o escritor, testemunha ocular da história desse monumento comercial e patrimônio histórico do Brasil, viveu momentos bons e ruins dessa pesquisa, como: a história que antecede o Mercado; o diploma de

melhor Mercado do mundo; depoimento dos locatários; os cem  anos de história e cultura; o cobiçado livro de visitas do Mercado. E quem assinou pela primeira vez esse livro de visitas foi o abolicionista Joaquim Nabuco. Chamado pelos íntimos de Quincas, O Belo. A obra, encontrada por seu Sinésio num caixão de lixo, alguns anos depois, foi restaurada com muito carinho por ele que a tem em seu poder até hoje.

Você pode conferir outros assuntos sobre o mercado lendo o grande livro fascinante e nostálgico de seu Sinésio.

Hoje, presidente da Comissão Permanente e representante dos locatários, o ancião é procurado por estudantes e professores universitários para palestrar. Espécie de PHD dessa universidade que tem como corpo docente os locatários do Mercado de São José que, na maioria das vezes, não só vendem seus produtos, como também ensinam aos visitantes, turistas de diversas partes do Brasil e do mundo, a nossa diversidade cultural nordestina, é uma lenda viva junta de nós, moradores do Recife.

Agradeço a seu Sinésio pela receptividade, paciência e informações a mim presenteadas. São homens como ele que nossos jovens, futuro do nosso país, precisam se espelhar. Uma criatura alegre, simpática, inteligente, guerreira e, acima de tudo, cidadão. Não se entregou ao ócio e foi além. Terei mais uma vez a honra de falar do seu 2º livro em uma outra postagem.

 

Olhar o passado é enxergar o presente com visão no futuro.

Expediente.

Fotografia e Arte - Jesuel Santana

Texto - Andrê Santana