segunda-feira, 12 de outubro de 2015

História de Uma Vida / A Life Story


Às vezes tudo começa como se fosse uma brincadeira, uma competição sem regra e, se há alguma regra, essa é ou seria: parar quando o corpo não permitir mais aguentar. Entendeu? Como, não? Tudo bem, explicamos agora.

O título desse texto poderia se chamar “história de muitas vidas”. Vidas que adentram no submundo das drogas, nas profundezas do inferno, literalmente falando. Vidas que, na maioria das vezes, não conseguem voltar ao ponto de onde nunca deveriam ter saído. Continua difícil de entender, caro leitor? É assim mesmo... O assunto é complexo, doído e escuro. Mas lhe pedimos um grande favor: não julgue! Vamos juntos mudar a cara da nossa sociedade tão dementada, em sua boa parte, e atônita por causa da violência diária e incomensurada que não nos dá trégua.

Vivemos numa sociedade machista e extremamente discriminatória. E nela, o tabagismo e o alcoolismo são tratados com muito desleixo. Só quem tem um ente querido viciado sabe de fato o que é conviver com um drogado. Quem nunca passou por essa situação, pode com muito esforço, minimamente supor, o que é morar com um ser completamente intoxicado.

Como uma sociedade pode evoluir tendo em si mesma um grau de omissão e corrupção tão altos? O que tem por trás de tudo isso, uma vez que necessidades mais básicas ainda faltam ao pobre?


Não é de agora que muitos artistas brasileiros falaram de drogas em suas canções no intuito de combatê-las. O Rei Roberto Carlos e Renato Russo, por exemplos. Isso significa que, muitos anos passaram-se, e pouca coisa foi feita nesse sentido. 

Sendo assim, os campos continuam abertos para os traficantes atuarem “sem dó e piedade”. Se não temos a piedade do poder público, como podemos esperar piedade de tais tiranos? Todos nós somos culpados por isso quando não apoiamos quem realmente quer se regenerar. Quantos jovens chegam aos 25 anos de idades, hoje? E, se chegam, quantos estão limpos, ou seja, sem vicio algum?

Os anos passam, a guerra de guerrilha aumenta e o sangue que jorra, desce as escadarias periféricas diariamente dando-nos a entender que a vida já não vale mais nada. E nos acostumamos a isso como algo natural e normal. O índice de homicídio é o superávit da vingança. E, essa, por sua vez, chama-se “estado paralelo” ou o Nº da besta 666. Os programas policiais são os “longas-metragens” das populações carentes brasileiras, assistidos em plena hora do almoço.

Outro tormento para o dependente químico é a escassez de instituições que tratem dessa problemática, aqui no Recife. Temos, sim, clínicas particulares que custam caro. E, as ONGs, em sua maioria, são bem burocráticas.

A mesma sociedade que cria o dependente químico é a mesma que o executa sumariamente. Diante disso, não queremos ver mães chorando o que não podem mais chorar. Mães viciando-se em comprimidos para acalmarem os nervos. Que droga! Vendo o vizinho chamar seu filho de “noiado”... Que droga! Ouvindo o julgamento do povo dizendo “deixa morrer”! Que droga! Tudo isso é droga!!!

O blog “O espelho da Comunidade”... subiu o Morro da Conceição com fé tentando descobrir a casa de Ozeas, o rapaz que comoveu o Estado de Pernambuco com sua súplica para si libertar das drogas. O mesmo procurou a equipe de reportagem do “Programa Cardinot” querendo ajuda ou salvação. Contou para o blog como é trafegar pelos quarteirões do inferno tentando se libertar das garras do demônio com o corpo perfurado de bala. Tentando... tentando... E com a ajuda de todos nós e de Deus, conseguirá.


Este blog é uma ação social sem fins lucrativos. Fruto de pessoas conscientes e humanas, diga-se de passagem, meramente desejosas em multiplicar o bem. E, para isso, tenta passar por cima das indiferenças, das desconfianças, das zombarias, dos escarros... Como podemos perceber, não é nada fácil a realização desse trabalho, uma vez que, por causa de tanta violência, minam dos corações de muitas pessoas ou adormecem no consciente e/ou no inconsciente das mesmas, os valores morais. Falar em Deus nesse momento é, pois, para muitos, fazer referência à duendes, saci pererê, mula-sem-cabeça e bola de cristal.

Dado o exposto, enquanto o poder público não se impor, a nação continuará dominada pela gama de homicidas e traficantes. Vendo muitos brasileiros balançarem a cabeça abandonando a nação dizendo: “Brasil nunca mais”.

Expediente.
Fotografia - Jesuel Santana
Texto - Andrê Santana 

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