Olha o boldo, olha o capim santo, olha a hortelã, menino. Olha a aroeira, o quixaba, o caju roxo, burana de cheiro, alecrim, manjericão e macaça. Olha a garrafada, olha o mel, o sal grosso, a romã e sua rainha das ervas para lhe atender. Eu, Ana Lúcia, venha freguesa, venha!
Isso mesmo. É das quatro horas da manhã até às 18 horas que Ana Lúcia, de 46 anos, moradora da Cidade de Olinda, acorda todos os dias para “colocar os pés no batente”.Dona Lúcia, tem uma barraca de ervas próximo ao Mercado de São José, Recife, e desde cedo aprendeu a lhe dar com as ervas. Trazida por sua mãe com apenas oito anos de idade, para trabalhar nessa atividade, começou divagarinho limpando as ervas, fazendo trouxinhas de cascas de árvores...
Dona Lúcia vive da atividade há mais de 30 anos. Casou e teve quatro filhos. Contou ao blog que nunca estudou e, se tivesse estudado, gostaria de ter sido pediatra. Devota de Nossa Senhora da Conceição, o seu maior sonho é conhecer o Brasil. Perguntada sobre o que ela gostaria de ver de melhor em nossa sociedade, a mesma contou que gostaria que todas as drogas se acabassem, para que a gente não visse tantos jovens e famílias se acabando por causa delas. Como mãe, fica triste quando ver na TV, no jornal, milhares de mães derramando lágrimas pelo seus filhos por causa das drogas.Falou que o governo só, não tem condições de fazer isso. E a sociedade tem que se unir para tentar vencer esse mal, evitando assim, que outras famílias chorem também.
Por fim, se você estar precisando fazer um chá, tomar uma garrafada, tomar um banho de ervas e da um defumador em sua casa, passe na barraca de Dona Lúcia e encontre o que
você estar procurando.
você estar procurando.
Não seja orgulhoso, se veja no espelho e compartilhe com os seus amigos o reflexo do cotidiano, para que possamos semear e colher sempre a cultura e o valor da nossa gente um pouquinho mais.
Expediente.
Fotografias - Jesuel Santana
Texto - Andrê Santana
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